A habilitação para dirigir veículos automáticos vem sendo tratada de forma diferente ao redor do mundo. Em diversos países, como Reino Unido, Japão e Alemanha, os órgãos de trânsito adotaram sistemas específicos que diferenciam motoristas com base no tipo de câmbio. Nesses locais, os exames práticos realizados em carros com câmbio automático resultam em uma licença limitada, permitindo que o motorista conduza apenas veículos automáticos. No entanto, ao realizar o exame em um veículo com câmbio manual, o condutor recebe uma habilitação mais abrangente, autorizando-o a dirigir carros tanto manuais quanto automáticos.
CNH automática: como funciona em outros países?
A decisão de separar as habilitações por tipo de câmbio é baseada em critérios de segurança e nas habilidades exigidas para cada tipo de veículo. Nos países mencionados, a lógica é simples: dirigir um carro automático requer menos prática com o manuseio do câmbio e dos pedais, especialmente em situações urbanas onde o “anda e para” é mais frequente. Por isso, se o candidato à CNH realiza o exame prático em um carro automático, ele obtém a permissão restrita a esse tipo de veículo. Esse formato é visto como uma maneira de flexibilizar o processo de habilitação para aqueles que preferem ou precisam de um veículo automático, mas que, por outro lado, não estão aptos a conduzir um carro com transmissão manual.
Por outro lado, se o candidato realiza o teste em um veículo com câmbio manual, ele demonstra maior domínio técnico. Dessa forma, sua habilitação passa a abranger os dois tipos de transmissão, conferindo a ele a versatilidade de escolher entre carros automáticos e manuais.
E no Brasil?
Atualmente, no Brasil, não há distinção entre CNH para veículos automáticos e manuais. Quem realiza o exame prático em um carro manual, ao ser aprovado, automaticamente recebe uma habilitação que permite a condução de ambos os tipos de transmissão. Essa abordagem única do Brasil reflete uma visão mais ampla da CNH, visando a simplicidade e o acesso universal aos diferentes tipos de veículos. A legislação nacional pressupõe que, ao ser aprovado no exame com um veículo manual, o motorista está apto a conduzir também carros automáticos, visto que o câmbio automático demanda menos manuseio e atenção em relação ao manual.
Esse modelo é vantajoso para quem obtém a CNH, pois elimina a necessidade de duas categorias de licenciamento e permite ao condutor flexibilidade na escolha do veículo. Porém, isso também significa que, para os candidatos que preferem apenas o câmbio automático, não há um processo simplificado no exame prático, pois a exigência para carros manuais prevalece.
O futuro da CNH e das autoescolas no Brasil
Com o aumento da frota de veículos automáticos e elétricos no Brasil, discute-se a possibilidade de futuras adaptações no sistema de habilitação. Além disso, o uso de veículos elétricos, em sua maioria automáticos, pressiona para que o modelo brasileiro de CNH acompanhe as mudanças tecnológicas no setor automotivo. Países que já adotam a separação de CNH para câmbios automáticos e manuais apresentam modelos que podem servir de inspiração para uma eventual atualização da legislação de trânsito brasileira.
Por enquanto, o sistema de habilitação brasileiro ainda não faz distinção quanto ao tipo de câmbio. Contudo, com a demanda crescente por veículos automáticos, é possível que o Brasil, em um futuro próximo, também considere adotar um sistema de CNH mais específico, acompanhando as tendências e necessidades do mercado global.