Em 2022, o Brasil contava com uma frota de impressionantes 60.459.290 veículos, segundo dados do IBGE. Este número colossal revela a intensa presença dos tradicionais carros a combustão, alimentados por combustíveis fósseis, em nossas estradas. Contudo, diante da crescente pressão global por leis ambientais mais rigorosas e da promessa de economia de combustível, os consumidores estão voltando seus olhares para uma nova geração de veículos: os carros elétricos.
Um dos fatores que despertam interesse nesse novo paradigma de mobilidade é a possibilidade de economia com combustível. Entretanto, é inegável que, por enquanto, os carros elétricos ainda carregam um custo inicial específico. O veículo elétrico mais acessível à venda no Brasil, no momento desta publicação, tinha um preço de R$ 135,9 mil, contrastando com os R$ 69,9 mil do carro a combustão mais econômico. Além disso, a novidade do mercado elétrico reflete na escassez de carros usados disponíveis.
Apesar desses desafios, dados recentes da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) apontam para um crescimento significativo na adoção de veículos níveis eletrificados. De janeiro a junho de 2023, foram emplacados 32.239 desses veículos, representando um aumento de 58% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Os veículos leves eletrificados compreendem três categorias principais, conforme definido pela ABVE: os veículos elétricos híbridos (HEV), que contam com um motor a combustão e uma bateria sem plug-in; os híbridos plug-in (PHEV), equipados com motor a combustão e bateria recarregável na tomada; e os veículos elétricos 100% a bateria (BEV), que dependem exclusivamente de um motor elétrico alimentado por uma bateria recarregável na tomada.
A distinção mais marcante entre essas categorias e os veículos a combustão residem no motor. Embora estes últimos dependam de combustíveis fósseis para gerar energia, os veículos elétricos se destacam pelo motor elétrico, eliminando a necessidade de queima de combustíveis. Isso não representa apenas uma mudança na tecnologia, mas também na forma como os condutores envolvem a autonomia de seus veículos.
Os veículos híbridos apresentam-se como uma transição, mantendo a familiaridade do motor a combustão enquanto incorporam tecnologia elétrica. Seja o híbrido convencional, que alterna entre os motores conforme a demanda, ou o híbrido plug-in, que permite uma maior autonomia elétrica, ambos representam uma ponte entre os combustíveis tradicionais e a eletrificação total.
No entanto, a verdadeira revolução acontece nos veículos elétricos puros, os BEVs. Com um tração totalmente dependente de motores elétricos alimentados por baterias recarregáveis, esses veículos não apenas consomem a dependência de combustíveis fósseis, mas também prejudicam a redução das emissões poluentes.
A mudança para veículos elétricos, embora promissora, não é isenta de desafios. O custo inicial mais elevado e a infraestrutura de recarga em desenvolvimento são obstáculos que precisam ser superados para uma adoção em massa. No entanto, a tendência de crescimento evidenciada pelos números da ABVE indica um futuro promissor para a eletrificação do transporte no Brasil.
Em suma, a evolução dos meios de transporte está em pleno curso, impulsionada por uma consciência ambiental crescente e inovações tecnológicas. À medida que a transição para veículos mais sustentáveis ganha força, cabe aos consumidores, fabricantes e governos trabalharem juntos para moldar o futuro da mobilidade no país. A revolução chegou, a escolha entre carros a combustão, híbridos e elétricos define não apenas a forma como nos movemos, mas também o impacto que deixamos em nosso planeta.