Em 2021, a indústria automobilística russa estava testemunhando o renascimento do icônico Lada Niva, com planos para uma geração totalmente nova. O projeto, derivado da nova encarnação do Dacia Duster, estava em pleno vapor, prometendo uma chegada ao mercado em 2024 e uma colaboração significativa entre as marcas Lada e Dacia, ambas pertencentes ao grupo Renault na época.
No entanto, em fevereiro de 2022, um eclosão da guerra entre a Rússia e a Ucrânia provocou uma reviravolta dramática nos planos da indústria automobilística russa. A Renault, enfrentando impactos econômicos importantes, vendeu suas operações na Rússia para o governo de Vladimir Putin, levando a transferência da participação da Renault na AvtoVAZ para o Instituto Central de Pesquisa e Desenvolvimento de Automóveis e de Motores da Rússia.
Essa mudança de propriedade resultou no cancelamento de todos os projetos em andamento, incluindo o aguardado novo Lada Niva. O projeto original envolveu o desenvolvimento do Niva com base no Duster III, utilizando a plataforma CMF-B. O design promissor, inspirado no modelo original de 1977, apresentava toques modernos, como luzes diurnas de LED e apliques texturizados.
O novo Niva não era apenas um veículo; era uma aposta para investir a marca Lada para além das fronteiras russas. A intenção era expandir a presença global da marca, utilizando o Niva como uma estratégia para conquistar novos horizontes. Além do SUV, a estratégia incluiu o lançamento de três novos modelos adicionais até 2025, visando tornar o Lada mais competitivo internacionalmente.
Entretanto, em 2024, enquanto a nova geração do Duster está programada para chegar ao mercado europeu, o tão esperado Niva renovado permanecerá apenas nos esboços. A crise geopolítica na Rússia alterou irrevogavelmente os planos automotivos, impactando a indústria e frustrando as expectativas dos entusiastas que aguardavam ansiosos pelo renascimento do lendário Lada Niva.