O mercado automotivo brasileiro está passando por transformações significativas, e uma das marcas que está se destacando nesse cenário é a GWM, responsável pela comercialização dos modelos Haval e Ora. A estratégia inovadora de vendas diretas adotada pela GWM tem gerado curiosidade e interesse entre os consumidores e especialistas do setor. Mas como funciona essa estratégia e quais são os seus impactos no mercado?
Ao analisar os emplacamentos mensais dos modelos Haval H6 e Ora 03, percebe-se que a GWM emite notas fiscais de venda diretamente para os clientes finais, sem a intermediação tradicional dos concessionários. Isso significa que, embora os concessionários participem do processo de venda, eles não mantêm um estoque próprio de veículos. Em vez disso, os carros ficam alocados em pontos de distribuição controlados pela GWM. Essa abordagem evita que os concessionários tenham altos valores investidos em estoques parados, muitas vezes já pagos ao fabricante, o que pode demorar meses para serem vendidos.
No modelo tradicional de vendas, os concessionários compram os veículos diretamente da fabricante, negociando valores e assumindo a propriedade desses carros. Isso permite que eles negociem preços com os clientes e ofereçam promoções baseadas no seu estoque. No entanto, essa prática pode resultar em altos custos de manutenção de estoques e maior risco financeiro. Já na venda direta, existem duas formas principais: a primeira envolve a negociação direta entre grandes locadoras ou entidades governamentais e a fabricante, sem qualquer relação com o concessionário, além da possibilidade de entrega. A segunda forma é onde a concessionária participa da negociação, mas a emissão da nota fiscal e o controle do estoque são feitos diretamente pela fabricante, como no caso de compras PCD (Pessoa com Deficiência) ou CNPJ menores.
Para a GWM, a eliminação do estoque próprio dos concessionários é uma estratégia clara para evitar as clássicas promoções e negociações feitas no momento da venda, algo que a empresa quer evitar. Em vez disso, a GWM mantém diversos pontos de distribuição pelo país, que recebem os carros diretamente do porto e disponibilizam esses veículos em um sistema acessível aos concessionários. Quando um carro é vendido, a nota fiscal é emitida por um dos CNPJs da GWM diretamente para o cliente, e o concessionário é responsável pela entrega do veículo, recebendo uma comissão pela venda.
Essa estratégia de vendas diretas adotada pela GWM não só otimiza a logística e reduz os custos de estoque para os concessionários, como também garante um controle mais rígido sobre os preços e a qualidade do atendimento ao cliente. Com essa abordagem, a GWM está não apenas inovando, mas também redefinindo a forma como os carros são vendidos no Brasil, colocando o cliente no centro de sua operação e oferecendo uma experiência de compra mais eficiente e direta.