
Para comprar uma Ferrari, é preciso muito dinheiro. E, tradicionalmente, quem possui essa quantia levou décadas para conquistá-la ou herdou de alguém, o que geralmente significa que os compradores pertencem a uma faixa etária mais elevada. Entretanto, essa realidade está mudando. Segundo Benedetto Vigna, CEO da Ferrari, 40% dos novos clientes têm menos de 40 anos. Esse percentual representa um crescimento considerável em relação aos 30% registrados em 2023, apontando uma nova tendência no mercado de carros de luxo.
Apesar desse rejuvenescimento no perfil dos compradores, a exclusividade da marca continua inalterada. Dados da Fortune revelam que 81% das Ferraris vendidas em 2024 foram para clientes antigos e quase metade desses compradores já possuía mais de um modelo da marca. Isso significa que, embora haja mais jovens interessados em adquirir um carro da montadora italiana, o acesso ainda é restrito a um círculo seleto de compradores.
Em termos de números, a Ferrari entregou 13.752 carros em 2023, sendo os Estados Unidos o maior mercado, com 3.527 unidades vendidas. Alemanha e Japão ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente. Um dado curioso é que o modelo Purosangue, um SUV que antes seria impensável dentro do portfólio da Ferrari, teve um papel significativo no volume de vendas. Entre janeiro e agosto de 2024, o utilitário vendeu 1.489 unidades, ficando apenas um pouco atrás do Roma, que atingiu 1.870 unidades no mesmo período.
O sucesso do Purosangue mostra que a Ferrari está conseguindo expandir sua base de clientes sem comprometer sua exclusividade. O lançamento de novos modelos como o 12Cilindri e o aguardado F80 também prometem manter a marca em alta, com filas de espera que chegam a dois anos. Isso reforça a ideia de que, mesmo com mais jovens no mercado, a compra de uma Ferrari ainda envolve paciência e um certo status dentro da comunidade da marca.
A Ferrari está mudando? Sim. Mas sem abrir mão de seu prestígio e da exclusividade que a tornaram um ícone no mundo automotivo. Para os jovens milionários que sonham em dirigir um bólido da italiana, a mensagem é clara: dinheiro é importante, mas pertencer ao seleto clube Ferrari ainda é essencial.