A Volkswagen anunciou uma mudança estratégica significativa: a produção do icônico Golf hatchback e da perua Golf Variant será transferida para Puebla, no México, a partir de 2027. A decisão vem no contexto de disputas internas no Grupo Volkswagen e reflete tanto ajustes estruturais quanto a evolução do mercado automotivo global.
A planta de Puebla não é uma escolha aleatória. Com uma área de 300 hectares, é a maior fábrica automotiva do México e uma das principais instalações globais da Volkswagen. O local já produziu veículos icônicos como o Fusca e o New Beetle, demonstrando capacidade de manter altos padrões de qualidade. Em 2023, foram produzidos 349.227 veículos na planta, incluindo modelos como Jetta, Tiguan Allspace e Taos.
Essa transferência é parte de uma reestruturação mais ampla no Grupo Volkswagen. Na Alemanha, a produção do Golf continuará em Wolfsburg até 2027, mas em menor escala. A partir de então, a fábrica será reconfigurada para concentrar-se na produção de modelos elétricos, incluindo o futuro Golf elétrico. Além disso, outras unidades europeias, como Pamplona, na Espanha, estão sendo adaptadas para atender à crescente demanda por veículos elétricos, como o ID.2.
A decisão também é influenciada por fatores econômicos e logísticos. Produzir no México permite à Volkswagen reduzir custos e estar mais próxima de mercados importantes como América do Norte e América Latina. O histórico de sucesso de modelos como Jetta e Taos fabricados em Puebla reforça a estratégia.
Outras marcas alemãs também confiam no México como hub produtivo. A Audi, por exemplo, fabrica o Q5 em San José Chiapa, enquanto a BMW monta o Série 2 Gran Coupé em San Luis Potosí. Essa tendência destaca a relevância do país na indústria automotiva global, além de sua rede de tratados comerciais e mão de obra especializada.
Para o mercado brasileiro, a produção do Golf no México pode significar maior competitividade nos preços e na oferta do modelo. A proximidade logística com o Brasil é um fator positivo, e o histórico de aceitação de modelos mexicanos no país cria expectativas favoráveis para o futuro do Golf por aqui.
Essa mudança é mais do que uma simples transferência de local de produção. É um reflexo das transformações que o setor automotivo enfrenta, com pressões por eletrificação e eficiência operacional. O legado do Golf está garantido, mas sua adaptação às novas demandas do mercado é essencial para manter sua relevância no futuro.